sexta-feira, 30 de julho de 2010

O U2, a sociedade do espetáculo e a convergência de mídias 2

Posted on 15:33 by Jornalendo

(por *Glaucir Borges) Continuo a falar da ZOO TV tour do U2. Na sequência entre uma música e outra, Bono, ainda travestido de The Fly, saca um controle remoto gigante e finge trocar de canal nas televisões do cenário. Mostram-se imagens do país que a turnê passa e da TV local. Insatisfeito com a "programação", Bono a desliga e junto com a banda começa a tocar uma canção chamada em português de "Muito melhor que a coisa real".

Durante Pride(In the name of love), o próprio reverendo Martim Luther King, personagem da canção, participa ao recitar o seu famoso discurso no telões. Um recurso batido nos dias de hoje, mas pouco comum no início dos anos 90.

Mas o momento mais fora do comum e espetacular do show ainda estava por vir. Na volta para o bis, a banda começa a tocar e os telões mostram um camarim todo vermelho com uma foto de Elvis ao fundo. Bono está sentado em frente ao espelho se maquiando e com chifres na cabeça, calça de lantejoulas e sapatos dourados. Ao sair para entrar no palco, ele faz um reverencia a figura de Elvis na parede. É o demônio MacPhisto, um astro de rock decadente. Segundo Stockman, MacPhisto é lugar onde Satanás encontra o o ego da estrela de rock desonesta. Talvez seja a mais brilhante crítica feita a sociedade do espetáculo, que fábrica astros descartáveis, já feita em todos os tempos. E feita por um dos ícones desta sociedade, genial.

A ZOO TV foi uma turnê muito elaborada. Pensada em todos os seus detalhes para entreter visual e musicalmente a platéia e para fazer uma crítica ao mundo do espetáculo e das celebridades que começa a surgir na época, ancorado na mídia.

No Response to "O U2, a sociedade do espetáculo e a convergência de mídias 2"

Leave A Reply