sábado, 26 de junho de 2010

O diabo do passarinho

Posted on 06:56 by Jornalendo

(por *Susan Liesenberg)

Ingênuo lançar um movimento no Twitter, o curralzinho VIP da web, a exemplo do #diasemglobo, e achar que ele mobilizaria a massa que quer samba, suor e cerveja na laje. Também não vejo sentido nesse frisson - nesse "hype" - de querer ter algo contra a Globo só pra aderir ao "must have" da hashtag do momento. Frankfurtianos tardios, querem demonizar a Globo depois de anos de audiência? E o Nike nos pés de vocês? Quem costurou? A família Marinho? A Globo faz parte da nossa memória afetiva desde sempre - e quem negar isso, tem dupla nacionalidade, pois deve ter vivido em Plutão desde que nasceu!

Demonizemos a Globo! Enquanto isso, vamos desfilar Nikes, atualizar o Facebook e twittar muito, pois assim somos livres de objetos de dominação, não é? Disse o instigante pesquisador Henrique Antoun, na última Compós, na PUCRIO: "A hashtag só diz algo enquanto faz fervilhar o caldeirão. Depois, não diz mais nada. "O Twitter é movimentado por pequenos Robertos Marinhos, que ditam os movimentos e ordenam o rebanho. E o rebanho segue feliz." Ponto final.

1 Response to "O diabo do passarinho"

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Ariela Dedigo Says....

Dia sem Globo: boicote ou mídia gratuita? Um dúvida cruel. Algumas considerações baseadas nos fatos:

1) Posto que a audiência da Globo subiu no fatídico dia do #diasemGlobo, as pessoas parecem aderir determinadas "causas" apenas para pertencer na rede social da web. Afinal, na rede social interpessoal, humana, física e direta, bom mesmo é assistir a Globo com os amigos num boteco qualquer!

2) Depois de uma tentativa de "boicote" dessas o discurso da Globo de que "a gente se vê por aqui" não está ainda mais forte? A nave mãe sobreviveu a essas tentativas nos braços do povo a quem tão bem representa. Afinal, como bem disse a Susan... o povo quer futebol, samba, suor e cerveja... e não seria uma ação no curralzinho vip da web que mudaria um comportamento culturalmente araigado há anos - assistir a Globo.

3) O processo de mudança cultural e comportamental é muito lento, não digo com essas minhas colocações que não deveria ter ocorrido essa tentativa. Mas o que chama realmente a atenção foram os diversos twittes de pessoas decepcionadas com o fracasso do boicote. A esses só podemos dizer que sejam menos pretensiosos... olhem quantas pessoas no mundo não tem acesso, não conhecem ou não utilizam o twitter antes de acharem que irão mudar o mundo em 140 caracteres. Muita calma nessa hora!

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