sexta-feira, 23 de julho de 2010

Fecha a conta e passa a régua!

Posted on 11:18 by Jornalendo


(Por *Ariela Dedigo)

Falhas na gestão do sistema é a alegação da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro para mover uma ação civil pública contra o Google. O “monstro” da ação segunda matéria do G1 é o Orkut, a quem o órgão afirma ser palco para “condutas ilícitas e criminosas”. Mesmo que a rede social em si não seja o agente criminoso, a Procuradoria acredita que por não possuir nenhum mecanismo eficiente de controle do conteúdo que impeça que seja verificada a identidade de quem acessa o serviço, acaba favorecendo as práticas criminosas.

A ação solicita também que seja realizada uma campanha midiática para “alertar pais e responsáveis sobre os riscos de utilizar a internet e o Orkut”. É compreensível a preocupação da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro, mas sempre que vejo notícias como esta questiono também até quando vamos culpar tecnologias e dispositivos por problemas sociais que existem no país. A campanha pode ser válida, mas mais uma vez parece que vamos recorrer a estratégias já vistas por aqui: elas duram um período e depois somem. Mas é claro, é mais fácil fazer campanhas pontuais, multar, censurar e fechar uma rede social do que investir em educação continua sobre esses temas ligados diretamente a rotina das pessoas, principalmente dessa geração Y e as próximas que virão por aí.

2 Response to "Fecha a conta e passa a régua!"

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Patrícia Lemos Says....

Ok, fechemos o Orkut. E o Facebook e tantos outros? Pior, o msn, que permite o contato imediato de pedófilos com as vítimas. E isso sempre existiu. Muito antes do Orkut. Pedofilia sempre existiu. Muito antes da Internet. A web como um todo tornou-se mais um meio para praticar tais crimes, mas não é excluindo o Orkut do cyberspaço que estes problemas serão resolvidos. Se assim fosse, teria de se proibir a cerveja para que maridos bêbados não espanquem mais as mulheres.

Patrícia Lemos

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Tornado Magal Says....

A lógica de atacar as redes sociais com o subterfúgio de controle e para evitar atos abusivos é tão incoerente quanto proibir os carros para evitar acidentes, impedir a produção de pólvora para evitar os tiros ou, como citou a Patrícia, não vender bebida alcoólica para coibir a violência doméstica. Cabe aos pais acompanharem os rastros percorridos pelos filhos na internet, cabe a eles o diálogo com os jovens e as indicações de cuidados - e isso não apenas na web. A proibição como forma de coação remonta aos recursos ditatoriais e às punições coletivas, em vez da instauração de condutas fiscalizatórias sobre quem comete crimes online. Punir as redes sociais sob o argumento de "atacar o mal pela raiz" e cercear milhões de pessoas que as utilizam para e pelo bem é admitir a imcompetência de fiscalizar quem faz seu mal uso e privar a sociedade de bem de seus benefícios, o que demonstra o total despreparo de quem quer legislar mas utiliza para isso o recurso da tirania.

Susan Liesenberg

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