quarta-feira, 21 de julho de 2010

A Copa da Imagem

Posted on 21:17 by Jornalendo


(por *Glaucir Borges) Pegando o gancho da Patrícia vou falar de Copa do Mundo. O evento mobiliza a atenção da mídia em todas as partes do planeta e sobretudo no Brasil. A Copa está na televisão, rádio, jornais, internet e em outras mídias como as vitrines de lojas e os outdoors. A cada quatro anos, tudo vira Copa no Brasil. Jornais de emissoras como Globo, Record, Bandeirante, SBT dedicam a maior parte de seu noticiário ao evento e muitas vezes até mandam os seus apresentadores para o país sede. Os canais esportivos falam de Copa às 24 horas de sua programação.

Vivemos a era da tecnologia e da imagem. Tudo é imagem. A Copa da África do Sul é a Copa da Imagem. São 32 câmeras nos estádios que mostram todos os detalhes. E a grande sensação é o super slow. Vemos do suor dos jogadores até os gomos da Jabulani em alta definição. Presenciamos as expressões de alegria e sofrimento de atletas, técnicos e torcedores, como se eles estivessem no quintal de nossas casas. A imagem prevalece até mesmo na cobertura da Internet.

Na cobertura do canal Sportv, existe a crônica das partidas, que é texto e imagem. Uma voz, conta a partir de um texto escrito de maneira poética como foi o jogo, sempre permeado pelas imagens da partida, a maioria em super slow.

Na cobertura on-line as imagens parecem também prevalecer. Sites como globo esporte.com, lance.net, Clic esportes priorizam a imagem. O texto parece ficar em segundo plano. Também são usadas muitas fotos de agências como Reuters. Muitas vezes percorrendo os diversos veículos on-line vamos ver exatamente as mesmas fotos sendo usadas.

O tipo de cobertura parece ser a mesma. A possibilidade da interação do espectador aumentou, mas acho acho que falta criatividade. No pouco e modesto texto que encontramos na net, vemos o mesmo tipo de abordagem. São poucas que oferecem algum tipo de novidade, que tentam dar outro tom as suas coberturas. Um dos raros exemplos é o pequeno blog Anel Superior que tenta explorar os lados pouco usuais das coberturas, com textos com mais humor, irônicos.

A Internet abre novas possibilidades de difusão de informação. Abre a possibilidade de abordagem de temas variados, abre a possibilidade da criação de novos atores na produção de conteúdo. Mas como já falado, os veículos on-line parecem repetir o que é feito pela televisão. Talvez pelo fato de a Internet ainda não ter definido qual é a sua linguagem. Penso que a grande revolução a ser feita na linguagem da web é a dos pequenos blogs. A originalidade deve partir deles. Quanto as imagens elas são inevitáveis e devem ser bem usadas.

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