quinta-feira, 15 de julho de 2010

O poder de um grupo

Posted on 16:06 by Jornalendo

(por* Glaucir Borges)

De tempos em tempos um grupo de comunicação lança uma campanha institucional. Ela vai parar em todos os veículos do grupo, através de anúncios e matérias de conscientização e educação sobre algum tema. Depois será criado um site especial com vídeos e informações, ações de governos etc., além de redes sociais como o blog e o twitter.

Nos períodos em que ocorre a campanha todos vestem a sua camisa. Colunistas têm suas fotos estampadas nos jornais, apresentadores e repórteres de televisão aparecem em comerciais com a camiseta. Todos demonstrando o seu engajamento.


A campanha acaba ganhando tanta força que se expande. Toma os estádios de futebol, com os times do estado entrando em campo com a camisa do da campanha, como a do Crack nem pensar. Isso ocorreu em diversos jogos do campeonato gaúcho e catarinense. Empresas de ônibus urbanos e intermunicipais estampam os seus veículos com os adesivos da campanha.


Pessoas saem para caminhar e se exercitar com a camiseta da campanha. Até mesmo ministros acabam usando a camiseta, como recentemente ocorreu com o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Todos batem palmas para a preocupação da RBS com a sociedade dos dois estados em que atua. Isto é apenas uma amostra da influência do grupo RBS.
Mas fora dos espaços midiáticos a realidade se torna no mínimo dúbia. A RBS é uma empresa preocupada com o bem-estar da sociedade ou está apenas gerando receita publicitária e influência simbólica sobre a população.

Vivemos em um mundo corporativo, onde nada é de graça ou por acaso. É nosso dever questionar sempre as boas intenções de um grande grupo de comunicação seja regional, nacional ou global.Mas de qualquer maneira, esta é uma grande evidência do poder do grupo RBS. Poder que nenhum outro grupo de comunicação no Rio Grande do Sul ou Santa Catarina possui. São inúmeros os casos de censura e manipulação da imprensa exercida por políticos, realizadas por ditaduras de direita e esquerda ou por políticos que conseguem concessões de rádio ou televisão. Algo execrável. Mas por outro lado, um governo não deve jamais virar refém de nenhum grupo de comunicação por mais prestigio que ele possa ter. Cabe aos jornalistas sérios e conscientes através de mecanismos como sites e blogs da internet fiscalizar este tipo de dominação simbólica.


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