terça-feira, 27 de julho de 2010

Não são as máquinas que escravizam

Posted on 10:59 by Jornalendo


Em O Mundo do Futuro, o colega Glaucir Borges questionava uma evolução tão grande das máquinas - até a existência própria - a ponto de nos escravizar. Dialogando com essa ideia creio que existe sim um processo de evolução, ou (in)volução dependendo da perspectiva, nas nossas relações com as máquinas inclusive no que se refere ao consumo artístico/cultural.

Se o que Glaucir percebe é uma tendência do espectador à assistir algo pela tela e depois, mesmo que esteja territorialmente no local onde o espetáculo ocorre; de outro lado temos uma demanda para que outras possibilidades desse consumo se efetivem. A exemplo disso temos a série Unstaged que o YouTube transmitirá. São cinco shows transmitidos pela plataforma VEVO que poderão ser vistos "ao vivo" por pessoas de qualquer parte do mundo - essa não é a primeira vez que o YouTube transmite um show nesses moldes, mas trata-se do primeiro produto produzido exclusivamente com esse fim . A evolução desse tipo de plataforma ainda permite um grau de interatividade que simula a participação e a interferência "real" do espectador virtual caso ele estivesse fisicamente no local uma vez que além de assistir, esse público poderá selecionar ângulos de câmera e votar em qual música deve ser tocada no bis. Ok, não é mais o grito fervoroso do fã na plateia... mas é mais uma possibilidade de interagir, de ampliar o público espectador e de atender uma demanda - comodista ou não - desse tipo de acesso e conforto.

Em tempo. Posto que muito do que vem sendo desenvolvido na área tecnológica é uma demanda dos indivíduos e da sociedade, parece que não são as máquinas que nos escravizam ou escravizarão por vontade própria. Nós somos aqueles que concedem à elas esse direito de escravizar.

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