quarta-feira, 23 de junho de 2010

A vampirização midiatica

Posted on 19:06 by Jornalendo

(por *Glaucir Borges)

O advento da Internet trouxe consigo o advento da informação instantânea e o aumento da interatividade entre emissores e receptores. Isso aconteceu num primeiro momento com os sites, e num segundo com as ferramentas de relacionamento como os blogs, twitter, facebok, you tube e orkut, que por final democratizaram o acesso, a produção e a circulação de informações, a desvinculando dos grandes grupos.

Mas a Internet também potencializou a produção da imprensa sensacionalista. São inúmeros os site e blogs sobre a vida de celebridades sejam eles jogadores de futebol, músicos, políticos ou as novas "estrelas" dos reality shows da televisão. Outros personagens dessa nova ordem midiatica são as pessoas comuns, que são alçadas a fama instantanea por mostrarem a sua vida 24 horas por dia ou por simplesmente colocarem um vídeo no you tube dublando uma música qualquer.

Nós sabemos com quem eles saem, o que compram e aonde vão. Literalmente consumimos a vida deles, uma verdadeira vampirização midiatica. Uma avalanche de informações que na maioria das vezes é de origem questionável, que podem manchar a imagem de blogs informativos sérios.

Podemos nos perguntar se é o público que quer saber dessas informações, ou é o que os produtores de informação oferecem a eles. Acompanhamos com voracidade, a ascensão, queda e depressão de Adriano "Imperador", agora de volta a Itália. É como Humberto Guessinger canta na música Freud Flinstone, dos Engenheiros do Hawaii. "Querem sangue, querem lama. Querem a lágrima doída, do idolo caindo, em cãmera lenta".

Como tornar saúdavel a relação das pessoas com os novos aparatos midiaticos? Talvez tudo passe pelos profissionais que tentam fazer da Internet um canal sério de produção e troca de informações. Isso deve ser feito por jornalistas, escritores, professores, artistas comprometidos, todos que não caíram no canto da sereia da fama instantânea. Construir a credibilidade seja em qualquer ramo da vida não é fácil. É um caminho de pedras, mas plenamente possível.

2 Response to "A vampirização midiatica"

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Bibiana Friderichs Says....

a partir das temáticas por ti levantadas, compartilho que dois aspectos me inquietam nesse cenário:

1) freqüentemente falamos em interação, mas temos de tomar cuidado: muitas vezes a interação oferecida aparece, simplesmente, como um recurso de controle que dá a impressão de sermos livres, mas nos matém reféns.

2) entendo que o jornalismo deve oferecer nada mais nada menos do que aquilo que é relevante para a sociedade, que pode alterar suas práticas cotidianas ou prejudicar sua qualidade de vida, e que por isso pode ser pautado, apurado e editado segundo critérios transparentes de noticiabilidade. Não se trata do que a audiência quer ver ou do que eu ofereço, mas sim daquilo que deve ser publicizado!

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Tornado Magal Says....

"Podemos nos perguntar se é o público que quer saber dessas informações, ou é o que os produtores de informação oferecem a eles. Acompanhamos com voracidade, a ascensão, queda e depressão de Adriano "Imperador", agora de volta a Itália."
Caro colega, acredito que a resposta para o teu questionamento já tenha sido dada, e justamente por ti. Se somos nós que "acompanhamos com voracidade" a cobertura da vida alheia, das celebridades, sim, nós somos o público que quer saber dessas informações. A considerar que o esforço que se faz na internet para acessar as informações é cognitivo, depende da nossa vontade, então sim, nós decidimos o que consumir. E assumir papel de vítima não sabe nesse aspecto. Há oferta porque há tal procura.

Susan Liesenberg

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