quarta-feira, 21 de julho de 2010

Novas tecnologias e a cobertura da Copa do Mundo FIFA – 2010

Posted on 07:38 by Jornalendo

(por *Patrícia Pinto Lemos)

Diferente de edições anteriores, a transmissão da Copa do Mundo 2010 teve a presença maciça das tecnologias digitais, assim como das mídias sociais, modificando a forma de transmissão e interação com o campeonato. Além disso, pela primeira vez as partidas do torneio foram transmitidas por meio de tecnologia 3D. A FIFA assinou um contrato de direitos de mídia com a Sony para transmitir imagens em 3D de até 25 partidas da Copa do Mundo da FIFA África do Sul 2010. Outra questão foi o posicionamento de câmeras em novos ângulos, mostrando alta definição de imagem, além da transmissão com replay em telões dos estádios, fato que mudou durante o campeonato. A FIFA pediu para que lances polêmicos não fossem reprisados aos torcedores, afim de evitar conflitos nos estádios.

Outra polêmica do campeonato em 2010 foi quando a International Football Association Board (IFAB), responsável por fazer mudanças nas regras do futebol, vetou a realização de experimentos tecnológicos que poderiam ajudar os árbitros em lances polêmicos durante as partidas. A decisão de barrar os instrumentos tecnológicos foi tomada depois que especialistas fizeram apresentações com novas tecnologias para auxiliar os juízes através de imagens de vídeo. Essas alternativas já vinham sendo testadas em alguns jogos, principalmente nos casos em que havia dúvida sobre a entrada da bola no gol. Contudo, a IFAB resolveu encerrar essas pesquisas, que previam o uso de “bolas inteligentes”, providas de microchips e de potentes câmeras para registrar as jogadas (chamado de Olho de Águia). A entidade alegou que se deve confiar e manter o futebol como um jogo em que prevalece o lado humano.

A quantidade de dados trafegados no período da Copa foi muito maior do que em qualquer outra época. Nesta Copa tem de se considerar o número de pessoas nos estádios com celulares gravando jogadas e fazendo upload para o YouTube ao mesmo tempo. Pessoas twittando de todas as partes do mundo e posts no Facebook, que atingiram um número sem precedentes, estrangulando as redes em determinados momentos. Além desse lado técnico, houve o lado do confronto virtual entre torcidas do mundo inteiro. Na Europa houve movimentos de quem postou mais no Twitter durante os jogos, o melhor vídeo feito de dentro do estádio, etc. gerando um número de imagens interessantes, saindo das tradicionais coberturas televisivas.

Sem dúvida esta foi a Copa das mídias sociais, das imagens e da participação da torcida. Se antes, o máximo que o público podia fazer era dar seus palpites em meio à rodas de conversa ou então entoar gritos uníssonos nos estádios, a opinião se alastrou pela web de maneira incontrolável. Durante o campeonato os trending topics mundiais (assuntos mais comentados no Twitter) eram nomes de jogadores ou os times em campo.

A tecnologia também tirou o torcedor da condição de espectador o reposicionou como integrante do espetáculo por meio de câmeras amadoras, fugindo ao senso comum das tradicionais coberturas. Imagens de partidas ou bastidores exclusivas foram postadas na web, modificando a forma de transmissão do evento.


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